O sacrifício de Gastão

4 Março, 2016

Após João Sousa, número um nacional, colocar Portugal em vantagem frente à Áustria, chegou a vez de Gastão Elias. O adversário, esse, dispensa apresentações: Dominic Thiem. Austríaco, tenra idade e nº 14 no ranking ATP.

Mas Gastão não se deixou intimidar! Seguro no serviço e impondo um break logo na primeira oportunidade, foi a melhor resposta do tenista luso ao favoritismo virtual do austríaco. Inabalável, o número dois nacional nunca deixou fugir a prematura vantagem e venceu o primeiro set por 6-3. O público, que já havia sido preponderante no encontro anterior, mostrou que não só Sousa, vimaranense de nascença, merece a admiração e apoio incondicional. De louvar!

O segundo set trouxe um Dominic Thiem diferente. Mais seguro de si e implacável no serviço. Apesar da galvanização do austríaco, Elias não cedeu. No último momento, ou seja, no último serviço do tenista luso, porém, um golpe de azar deu o set a Thiem.7-5. Um set equilibrado e emocionante, disputado até ao final e injusto, se é que justiça pode ser debatida neste contexto, para Elias, que nunca deixou de lutar, qual verdadeiro guerreiro dos courts.

No terceiro set, Dominic Thiem impôs o seu melhor ténis. No primeiro jogo de serviço, Gastão Elias sofreu logo um break, algo que proporcionou um aumento de confiança do austríaco. Incansável, Gastão nunca baixou a raquete, mas a desvantagem manteve-se até ao final do set. 6-3, incontestável.

Depois? O renascimento de Gastão! Não das cinzas, porque o jogo nunca foi dado como perdido, mas da raiva de quem sabe que pode vencer. Início avassalador do português, com um break conseguido bem cedo, e um ténis-espectáculo incrível… vindo de alguém já com quase três horas de jogo no corpo. Parcial final de 6-1 para Gastão, levando tudo para o quinto e decisivo set.

Ambiente assombroso no set final de um espectáculo que ficará para a história. O público de Guimarães fez jus, neste primeiro dia, a toda a sua fama. Até a raquete de Thiem cedeu e se partiu em bocados! Num ambiente de cortar à faca para quem é visitante, o nº14 mundial precisou de toda a frieza do mundo para se abstrair de tudo e ainda conseguir um contra-break. Frieza e um toque de malícia, devido às constantes interrupções de jogo por parte devido à insensatez do capitão austríaco.

Devido ao equilíbrio na recta final, todas as decisões foram sendo adiadas até chegar o tie-break. Mesmo aqui, o resultado podia decair para qualquer um dos lados. Triunfou o austríaco, pela concentração inquebrável. 3-6, 7-5,m 6-3, 1-6 e 7-6(6) foram os parciais finais de um encontro épico.

Agora, com a eliminatória de novo empatada, o encontro de pares de amanhã ganha ainda mais preponderância. O “Super-Gastão” e João Sousa já mostraram, hoje, que a vitória é possível. O público já mostrou aquilo de que é capaz. Estão reunidos todos os ingredientes para um resto de contenda inesquecível. A não perder!

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