Federação Portuguesa de Ténis, Federación Gallega de Tenis e ATPorto reuniram-se durante o Braga Open
No fim de semana de 24 e 25 de setembro, José Mosquera, presidente da Federación Gallega de Tenis (FGT) esteve presente nas finais do Braga Open, a convite dos presidentes da Federação Portuguesa de Ténis (FPT), Vasco Costa, do Clube de Ténis de Braga (CTBraga), João Mota, e da Associação de Ténis do Porto (ATPorto), António Paes de Faria.
O Braga Open, uma prova do circuito Challenger ATP, cumpriu este ano a sua quarta edição e é já considerada um evento desportivo de referência na euro-região Galiza – Norte de Portugal. A prova internacional do Norte de Portugal, organizada pela FPT e que tem o CTBraga como anfitrião, tem um lugar especial do ténis nacional, e já sagrou campeões bem conhecidos no cenário português: Pedro Sousa (2018), João Domingues (2019) e a dupla Nuno Borges e Francisco Cabral (2021).
Face à proximidade entre o ténis galego e o da região norte de Portugal, e tendo em conta o papel que o Braga Open pode desempenhar nessa ligação, realizou-se uma reunião entre a FPT e a FGT, promovida pela ATPorto, de forma a estabelecer uma colaboração na realização de provas internacionais que beneficiem o ténis português e galego, uma cooperação para se iniciar a partir de 2023.
No próximo ano, a colaboração entre a ATPorto e a FGT celebrará 25 anos e, esta sinergia, já resultou no projeto Ténis AtlânticoTM, em 2000, que é uma base da cooperação Portugal-Galiza e que se mantém, até aos dias de hoje, compreendendo a FGT e as Associações Regionais do Porto, Aveiro, Coimbra e Leiria.
A região transfronteiriça, cuja história, cultura e língua se confundem, cumprirá um quarto de século de atividades partilhadas, eventos comuns e de uma interajuda constante e plena.
Mas, depois dos anos de pandemia, que obrigaram a uma pausa nesta dinâmica, a ligação com o ténis da Galiza necessita de um reforço de atenção e de novas iniciativas. Por isso, para reforçar esta missão de desenvolver o ténis que nos uniu há 25 anos, a ATPorto e a FGT começaram a planear em conjunto o ano de 2023 pensando também nos próximos 10 anos, tendo em conta que vai ser cada vez maior a aproximação e partilha entre as comunidades da Galiza e do Norte de Portugal.
As vias de comunicação vão melhorar (alterações ferroviárias, ligação em alta-velocidade até Vigo e reabertura da ligação da linha do Douro até Barca d’Alva; alterações viárias, melhoria da ligação de Bragança a Zamora), o meio académico e científico está em crescente colaboração, as empresas galegas e do norte têm já estratégias que não traçam qualquer fronteira entre estes 2 territórios, e as populações desta regiões do Noroeste Ibérico cada vez mais se entrecruzam, quer por razões de trabalho ou por opções de lazer.
Em Braga, e durante os dias 24 e 25 de setembro, entre a ATPorto e a FGT estabeleceram-se as bases dos vectores de acção para 2023:
- Integração da Associação de Ténis de Vila Real na cooperação com a Galiza por via do projeto Ténis – Norte de Portugal;
- Iniciação de iniciativas para criar uma ligação entre o ténis (jogadores, clubes, provas, eventos, etc.) de Verín e o de Chaves;
- Apoio da ATPorto na realização de evento internacional na Galiza com organização conjunta da FGT e FPT;
- Apoio da FGT no desenvolvimento nesta região Norte do “touch tennis”, apresentado pela ATPorto no Porto Open de 2018, no centro da cidade do Porto;
- Promover a realização de provas para interligar e desenvolver o beach tennis com as Associações Regionais de Aveiro, Coimbra e Leiria, no âmbito do projeto Ténis Atlântico™;
- Relançar a Liga Atlântica, competição histórica do Ténis Atlântico, em especial nos escalões de Veteranos;
- Criar um evento que reúna os jogadores das regiões do Noroeste peninsular: Norte de Portugal, Galicia, Asturias, Cantabria e Castilla y León;
- Reativar os treinos conjuntos entre seleções ATPorto e da FGT.
As ideias são ambiciosas e os trabalhos que se avizinham não serão fáceis, mas não há nada mais motivador para os portugueses e galegos do que um bom desafio.